ANÁLISE DE CONJUNTURA EM QUATRO ATOS: A crise brasileira em contexto viral

Centro de Estudos e Ação Social

Esse texto esboça a compreensão do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) sobre a conjuntura brasileira no primeiro semestre de 2021, sob o ponto de vista da sua equipe. Para alinhavar esta análise, discutir-se-á quatro aspectos centrais do contexto nacional. Em cada um dos aspectos abordados, aqui chamados de Atos, busca-se perceber as interconexões presentes nas dinâmicas internas e externas ao país, assim como os elos existentes entre os acontecimentos conjunturais e seu processo de produção histórico-estrutural.

O primeiro ato discute o significado socioeconômico da crise atual e suas consequências políticas, aí destacando o desemprego e a desindustrialização do país. O segundo ato aborda o caminho histórico da crise brasileira, enfocando o processo do golpe de 2016 e suas articulações com a crise estrutural do capital, desde 2008, quando estourou a crise financeira mundial, até o presente. No ato seguinte, o recorte é feito sobre a pandemia de covid-19, em meio à agudização desta crise, destacando os impactos de viés político-ideológico na condução da crise sanitária feita pelo atual bloco de poder à frente do Estado brasileiro.

No quarto e último ato, desenhamos os cenários e possíveis desdobramentos da crise atual, em termos econômicos e sociais, em meio ao caos sanitário e à proximidade das eleições presidenciais de 2022, enfocando as opções políticas, táticas e estratégicas das classes dominantes e dos coletivos sociais, com destaque para os desafios dos movimentos sociais das classes trabalhadoras e do bloco de poder bolsonarista.

Para realizar os objetivos mencionados, mobilizamos alguns conceitos e noções presentes no debate sociológico e na ciência política atuais, com destaque para os conceitos de “necropolítica” lógica de “destruição capitalista”, “estado de exceção”, “lógica suicidária do estado fascista”, dentre outros.

Por fim, relembramos que uma análise de conjuntura, necessariamente, parte de um ponto de vista e de um lugar de observação. No nosso caso, ponto e lugar se confundem, posto que miramos a conjuntura a partir dos espaços de convivência e luta dos movimentos sociais, rurais e urbanos, e formulamos nossa compreensão em diálogo com esses coletivos, tendo como referências suas necessidades e objetivos. Enfim, a lógica que orienta esta visão da conjuntura procura se conectar com os interesses dos trabalhadores, dos grupos sociais oprimidos e explorados da sociedade brasileira.

Confira aqui a análise de conjuntura do CEAS na íntegra.