Basta de violência: o povo quer paz e justiça!

Lamentavelmente, a região Suburbana tem sido palco de intenso confronto armado que envolve a disputa de poder entre facções criminosas rivais e a Polícia Militar do estado da Bahia. Desde a última quarta-feira (10/04), quando o conflito se intensificou, o Instituto Fogo Cruzado registrou oito tiroteios, dois mortos e dois feridos, apenas na região de Colinas de Periperi.

Ainda de acordo com o Instituto, Periperi, bairro localizado no subúrbio ferroviário, liderou a lista dos bairros mais afetados pela violência armada no mês de março, quando se registrou 9 tiroteios, 8 mortos e 2 feridos. Em Salvador e Região Metropolitana, apenas no mês de março, foram mapeados 182 tiroteios resultando em 188 pessoas baleadas, 145 mortas e 43 feridas. Mais de 40% dos tiroteios mapeados neste período ocorreram durante operações policiais, que resultou na morte de 60 pessoas e deixou outras 16 feridas. Esses são os maiores índices registrados desde o início do ano, segundo relatório mensal da referida fonte.

Estes confrontos se assemelham a uma guerra regular que afeta a vida de moradores destas comunidades negras. E marca uma rotina dominada pelo medo de realizar tarefas cotidianas, como chegar e sair de suas comunidades, brincar na rua, transitar pelo espaço público, e acessar direitos como à educação. Segundo um balanço da Secretaria Municipal da Educação (Smed), entre janeiro e setembro de 2023, cerca de 21.968 alunos da rede municipal de Salvador foram afetados em decorrência de operações policiais e sensação de insegurança em bairros da capital.

Nessa direção, conforme carta lançada por entidades e movimentos sociais baianos em dezembro do ano passado,  “A manutenção dessa guerra não se restringe ao modelo de segurança pública adotado, mas sim ao conjunto de políticas genocidas que vão desde a eliminação física dos corpos e a desagregação dos territórios negros pela negação do direito à moradia digna, à saúde, à educação, ao transporte público de qualidade, ao trabalho e renda dentre outros direitos.”

Sabe-se que a violência é um assunto complexo, porém este modelo de segurança de pública não tem se mostrado eficaz, ao contrário disto. A aposta na militarização desta política, além de um custo de R$ 15 bilhões ao ano para os cofres públicos, tem gerado e retroalimentado uma guerra sem fim à vista.

“Desde o início, por ouro e prata

Olha quem morre, então

Veja você quem mata”

-Racionais MC’s

Seguiremos pedindo paz até que ela seja para todas e todos!