Camponesas/es do CETA fazem doação de alimentos agroecológicos em municípios da Bahia

Em meio à pandemia, a rede de solidariedade entre comunidades e povos é, sem dúvida, o que faz a diferença no atravessamento das crises cíclicas que o capitalismo nos impõe. Muito mais, em períodos como esse, que a crise vem acompanhada de uma emergência sanitária decorrente da pandemia do novo coronavírus.

Exemplo disso, tem sido as ações de doação de alimentos como a do Movimento Estadual dos Trabalhadores/as Assentados/as e Quilombolas – CETA, da Regional Sul da Bahia, especialmente do Assentamento Dois Riachões no município de Iibirapitanga. As cestas de alimentos agroecológicos, produzidos pelas famílias camponesas do CETA-Sul, foram entregues a outras famílias de trabalhadores/as urbanos, muito deles sem teto, das cidades de Uruçuca, Maraú e Ibirapitanga; foram doadas 400 cestas, cerca de 6.400 kg de alimentos, 100 por semana durante um mês, com diferentes itens e produtos sem veneno, mediante uma articulação do Dois Riachões com outros dois assentamentos do CETA e uma ocupação de terra, bem como com o CEAS, a Rede de Agroecologia Povos da Mata e o Instituto Ibirapitanga do Rio de Janeiro.

Importante neste momento dar visibilidade, portanto, às ações que emanam das comunidades, que apesar de exigir seus direitos à proteção social, não esperam pelo Estado brasileiro – que tem um histórico de negação e ausência em relação aos povos originários, pretos, do campo, das periferias.

Ainda mais, neste momento que estamos sob um governo que tem agido de maneira negacionista quanto à urgência sanitária e seus efeitos; não há como duvidar de seu caráter eugenista e racista ao conclamar a população a pôr fim no isolamento social, menosprezar as mortes, negligenciar os cuidados necessários e a urgência em aprovar medidas de minimização dos efeitos econômicos e sociais na vida de milhões, aprofundar a retirada de direitos trabalhistas, o desmonte do SUS e da ciência brasileira.