CEAS lança campanha “Mulheres em casa e sem violência”

O isolamento social, necessário para conter a proliferação do coronavírus, escancarou um grave problema social: as mulheres nem sempre estão protegidas em seu próprio lar. Se por um lado, ficar em casa nos protege da doença (Covid-19), por outro, ameaça a vida das mulheres. As pessoas ficando em casa mais tempo e o tensionamento decorrente do período se transformam em gatilho para a violência do machismo que assombra ou já é realidade para a maioria das mulheres.
As redes de enfrentamento à violência contra a mulher ainda não têm dados consolidados, mas já afirmam que as inúmeras formas de violência e feminicídio têm aumentado desde o início das medidas de isolamento social impostas para conter a transmissão do novo coronavírus. Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostrou que o número de ocorrências de violência contra a mulher aumentou em seis estados, em comparação ao mesmo período em 2019.
Seja no campo ou na cidade, é preciso ressaltar que a violência contra as mulheres, o feminicídio e demais práticas do machismo são culturais e estruturais nesta sociedade. Todas as mulheres estão propensas a vivenciar ou presenciar situações de violência. Identificar suas diversas formas nos ajuda a pensar formas de combate e interrupção do ciclo de violência. Embora atinja mulheres de diferentes classes sociais e etnias, devido ao racismo estrutural tem desdobramentos mais devastadores sobre a vida das mulheres negras.
Essa campanha busca, portanto, fortalecer a disseminação de informações sobre esse tipo de violência e lembrar que as mulheres têm direito a uma vida sem abuso, sem agressão, sem dominação, sem ameaças, dentro e fora de casa. E alertar que a violência sofrida no ambiente privado não é um problema pessoal, é comunitário, é de toda sociedade.  

E então, na sua comunidade, o que pode ser feito para garantir o acolhimento das mulheres em situação de violência?