CETA realiza assembleia regional para debater lutas e desafios do movimento

O Movimento Estadual dos Trabalhadores Assentados Acampados e Quilombolas – CETA realizou nos dias 7 e 8 de de dezembro sua Assembleia Regional, intitulada “Terra, Território e Organização Social: Possíveis caminhos para reorganizar o CETA na região sul da Bahia”. Reunindo cerca de 40 pessoas, dentre trabalhadores de áreas de Assentamento de Reforma Agrária e ocupações de municípios como Gongogi, Ubaitaba, Santa Luzia, Ibirapitanga, Maraú e Camacã, o encontro envolveu também organizações parceiras, como CEAS e CPT (Comissão Pastoral da Terra) e outros movimentos sociais, como o MPA (Movimento de Pequenos Agricultores) e MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração).

O encontrou contou com a contribuição de Leomárcio Silva, da direção do MPA, que realizou uma análise de conjuntura da política agrária brasileira e das ofensivas do capital por meio de sua elite agrária, composta sobretudo pelo agronegócio. O companheiro aponta, dentre outros elementos, que as políticas de desenvolvimento e a atuação desta nova fase de opressão do capital têm o aval e a intensificação do Estado, principalmente do atual governo. 

Leomárcio reflete também que o atual cenário é de apoio ao setor desenvolvimentista, com pequenas frentes às políticas públicas importantes para a agricultura familiar e para a reforma agrária, como PAA, a configuração do conselho do CONSEA, o Pronera e algumas outras. No caso da Bahia, ele também aponta que a postura do governo tem sido contrária aos interesses dos movimentos sociais, inclusive no que se refere às políticas voltadas para o campo.

Além do debate de conjuntura, a Assembleia também discutiu os desafios do movimento, da COOPCETA e da produção de cacau agroecológico de alta qualidade. Dentre os encaminhamentos, o movimento destacou a construção de uma comissão para fortalecer a reorganização do movimento no sul do estado, o estímulo à produção agroecológica nos assentamentos e adesão dos assentados na COOPCETA, o fortalecimento da parceria com outros movimentos sociais e o investimento no trabalho com juventude e mulheres. 

O trabalho é grande, mas a disposição também! O CETA segue firme para mais um ano de lutas, organização popular e produção agroecológica!