Organizadoras: Corina Echavarría (CONICET – Universidad Nacional de Córdoba); Iraneidson Santos Costa (Universidade Federal da Bahia); Jerfferson Amorim de Souza (Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados).
Em seu poema “La tristeza”, o poeta uruguaio Mario Benedetti ensinou: “Não há tristeza amputada de esperança, nem alegria sem ásperos presságios; a pobre vida é uma encruzilhada de alegrias e fracassos”. Assim caminha a nossa América Latina: imersa em tristezas cotidianas, mas jamais amputada da esperança do porvir. Jubilosa pelas pequenas (e grandes) conquistas arduamente alcançadas no presente, mas sem nunca descuidar dos presságios e augúrios que insistem em nos rodear.
Esse Dossiê trata, portanto, das encruzilhadas da América Latina contemporânea. Nas últimas décadas, temos continuamente nos perdido e nos achado em diversas encruzilhadas nas quais se cruzam continuamente estradas, sendas, atalhos, veredas. Nem sempre virtuosas. Eventualmente desembocando em becos sem saída. Muitas das vezes tendo que voltar atrás, retomar o percurso, começar de novo. Parafraseando o imortal Guimarães Rosa, diríamos: Grande América Latina: veredas. Sintam-se convidados/as, a trilhar conosco por alguns caminhos:
Vereda Geopolítica: os novos imperialismos, a estratégia chinesa na América Latina, a opção Sul-Sul, a montanha russa dos governos latino-americanos de esquerda e direita.
Vereda Movimentos Sociais: precarização, informalidade e direitos dos/as trabalhadores/as, o dilema dos/as migrantes e refugiados/as, os movimentos indígenas, as maiorias populares, as lutas étnicas e de gênero, o poder jovem.
Vereda Sustentabilidade: os direitos da natureza, o eterno dilema do desenvolvimento versus degradação do ambiente (natural e social), os impactos dos ditos “projetos de desenvolvimento” (hidrelétrico, mineral etc.) na vida dos ecossistemas e das populações diretamente atingidas.
Vereda Religiosidade: a religiosidade encarnada, os pobres e a extrema direita entre os grupos cristãos, os pentecostalismos na política atual, a Teologia da Libertação no magistério do Papa Francisco.
Assim, os Cadernos do CEAS: Revista Crítica de Humanidades, retomando sua tradição de edições especiais dedicadas à América Latina (cf. edições 241 e 250), convidam a todos/as a contribuir com reflexões sobre esse leque de temas que guiarão este número da revista. Bem sabemos que estas trilhas a todo momento se entrecruzam, trespassam, sobrepõem-se: encruzilhadas. Fiquem à vontade para ousá-lo.
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Prazo para submissão ou envio dos textos: até 30 de abril de 2024.