Dom Pedro Casaldáliga era um homem feito de sonhos, ação e poesia. Sua humildade, sabedoria e vivacidade deixam lições de esperança e continuam inspirando aquelas/es que ousam lutar, todos os dias.
Nascido em uma aldeia próxima à Barcelona, na Espanha, em 1928, Casaldáliga honrou sua origem camponesa ao atuar em defesa dos povos dos campos e florestas no Brasil, onde desembarcou em 1968, em plena ditadura militar. Consagrado bispo em 1971, lançou a Carta Pastoral por Uma Igreja da Amazônia, em conflito com o latifúndio, a exploração e a pobreza. Dom Pedro foi ainda um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e é um nome de fundamental importância na defesa da Reforma Agrária, dos direitos, da Democracia e do bem viver dos povos.
Assim como em vida caminhou e lutou ombro a ombro com a classe trabalhadora, Dom Pedro escolheu ser enterrado no “Cemitério Karajá”, área onde eram sepultados indígenas e trabalhadores sem terra que foram explorados e, muitas vezes, assassinados pelos grileiros de terras da região de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso.
Por tudo isso, o CEAS homenageia e agradece pelos 92 anos de vida e pela obra do companheiro Pedro.