Feminismo, organização, comunicação e luta – foi a partir da articulação entre esses elementos que o Movimento CETA realizou no final de abril mais uma etapa do seu curso de formação para militantes. O encontro, sediado em Olivença, no sul da Bahia, reuniu cerca de 30 mulheres e jovens de diversas regiões do estado para debater a história do movimento e os desafios para fortalecer a luta das comunidades.
Desde a última Plenária Estadual do CETA, realizada no final de março deste ano, a luta feminista e o protagonismo das mulheres na direção dos processos organizativos do movimento foram colocados como tarefas centrais para o próximo período. Nesse sentido, o encontro buscou contribuir com a formação política das companheiras, debatendo sobretudo a importância das mulheres nos processos políticos do CETA, como as experiências de transição agroecológica nas áreas dos assentados e acampados, em que as mulheres assumem papel fundamental para garantir que a agroecologia seja um modo de vida colocado em prática.
Para fortalecer o processo de reoxigenação do movimento, a juventude também foi convocada para impulsionar o Coletivo de Comunicação do CETA e contribuir nos processos de registro, divulgação e disputa de narrativas na sociedade. Para isso, um dos espaços do encontro foi uma oficina de comunicação popular mediada por Helenna Castro, assessora de comunicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT-Bahia). A partir da cartilha de comunicação produzida em conjunto entre CPT e CEAS, os jovens puderam discutir como a comunicação se estrutura no Brasil e qual o papel dos comunicadores e comunicadoras populares para enfrentar esse cenário e trazer com mais força o nosso projeto de sociedade para as redes e as ruas.
No bojo das celebrações dos 30 anos do CETA, o resgate das memórias de lutas e conquistas da organização também ganhou centralidade no encontro. Ao longo dessas três décadas, foram muitas ocupações que resistiram, muitas manifestações e protestos em busca de mais direitos, muitos lutadores e lutadoras que dedicaram suas vidas para a construção de um mundo mais humano e justo. O resgate dessa trajetória durante um dos espaços da formação não foi apenas um modo de honrar o passado, mas também de retomar o leito histórico que traz as bases para a formação de novas lideranças que seguirão carregando a chama da luta popular nessa e nas futuras gerações. É com muita animação e compromisso que a mulherada e a juventude voltam para as suas comunidades fazendo germinar as sementes de transformação plantadas neste encontro!