No dia 23, os grandes irrigantes se reuniram, reservadamente, no distrito de Machado Mineiro, município de Águas Vermelhas – MG, território municipal onde está instalada a barragem com a presença de alguns prefeitos, inclusive, a prefeita de Cândido Sales-BA. A reunião aconteceu em torno da palestra do especialista Luiz Carlos Molion, certamente, para tratar do impacto climático e ambiental do agronegócio na região.
O professor Luiz Carlos Molion não acredita no aquecimento global e compõe o pequeno grupo de cientistas brasileiros que defendem o negacionismo climático. Esse grupo de pesquisadores nega o aquecimento global e suas causas mesmo sendo consenso na comunidade científica internacional. As teses dos negacionistas não têm sustentação científica e, embora questionem os dados e as inúmeras pesquisas sobre o assunto, o impacto do agronegócio no aquecimento global, não conseguem provar o contrário.
Molion é conhecido no Brasil como importante aliado do agronegócio e dos ruralistas, na tentativa de isentá-los da responsabilidade pelo agravamento do aquecimento global.
Segundo informações, Luiz Carlos Molion é um convidado frequente em encontros de ruralistas. Esse tipo de cientista cria confusão na mente do público leigo sobre a questão ambiental e consequentemente provoca retrocessos nas políticas e programas ambientais, ameaçando os compromissos do Brasil de redução na emissão de gases do efeito estufa. O agronegócio é responsável por 80% das emissões de dióxido de carbono e metano no país.
Pelo perfil científico do senhor Molion, podemos imaginar as intenções dos que promoveram a reunião em Machado Mineiro, querem se isentar da culpa a respeito do impacto que estão causando na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Para a opinião pública o discurso de Luiz Carlos Molion representa um tipo de armadura e escudo pseudocientíficos do agronegócio.