Violação de direitos contra mulheres é tema de formação do CEAS em Salvador

Nesta terça (23), a equipe urbana do CEAS foi convidada a construir um momento de formação sobre violação de direitos e violência contra mulheres junto às companheiras do Projeto Força Feminina. A atividade faz parte de um ciclo de formação e planejamento do Projeto, que atua com mulheres em situação de vulnerabilidade social e em contexto de prostituição na capital baiana. Com muito diálogo, afeto e compromisso com a luta popular, fizemos um debate rico e profundo acerca dos desafios que enfrentamos na defesa da vida e dos direitos dos grupos mais vulneráveis da cidade.

A partir da atuação do Força Feminina em Salvador e da exibição de “Ocupar e Resistir” (2023), documentário produzido pela Perícia Popular que visibiliza a luta de moradores e organizações populares para viver e trabalhar no Centro Antigo da capital baiana, discutimos sobre as diversas violências sofridas pelas mulheres negras e como o racismo e o patriarcado são parte estrutural dessas contradições. As estatísticas de violência contra o povo negro, em especial contra as mulheres negras, expressam a gravidade do nosso desafio. Quando se fala em mulheres em situação de prostituição, a situação ainda é mais alarmante, já que além da maioria delas serem negras e pobres, ainda carregam o estigma da atividade que exercem.

Diante desse quadro, debatemos o papel da organização política para encontrar saídas coletivas para problemas tão profundos. Afinal, lidamos com questões cuja resolução não depende apenas de políticas públicas ou de ações emergenciais, mas sim de uma transformação radical da sociedade. Mas é a partir de momentos como esse, em que podemos aprender e nos fortalecer juntas, e da ação concreta nas ruas é que construímos nossa resistência e um esperançar por dias melhores. Só a luta muda a vida!